Mas pouco se sabe que antes de ser um é preciso ser dois!
É o que nos conta Ogden(2005) ao afirmar que antes de nascermos, somos criados “dentro” de alguém! Nosso corpo é contido dentro do útero, dentro dos sonhos também. Corpo de carne, osso e palavra!
Somos gestados a medida que somos sonhados.
Sonhar e gestar caminham juntos.
E tá aí, na capacidade de sonhar-se existindo a possibilidade de sentir-se um. Real.Sem igual.
No início do desenvolvimento é o outro mãe/cuidador que faz essa função de sonhar o bebê: seu nome, seu enredo. Faz do sujeito, narrativa. Dá palavras, decifra emoções.
Posteriormente pode ser também o analista; que reunindo os pedacinhos do que escuta : os lapsos, os enganos, devaneios – devolve o sujeito a si mesmo.
Funções são introjetadas.
Não se criam ao acaso,
ou como mágica.
De dois forma-se um, de um, muitos outros …
–
“Cantar era bonito. Mas como eu não podia cantar por fora, fui cantando por dentro. E eu estava me lembrando de uma música que Mamãe cantava quando eu era bem pequenininho. Era bonito quando ela cantava e eu ficava junto, aprendendo…”
-Meu pé de laranja lima.